Critica | Nosso Sonho: A História de Claudinho e Buchecha

Resenha critica do filme Nosso Sonho: A História de Claudinho e Buchecha (2023). Sinopse: Nosso Sonho” é uma cinebiografia de “Claudinho e Buchecha”, dupla de maior sucesso do funk melody nacional de todos os tempos e ícone máximo do gênero na música brasileira. A história de uma amizade que se transforma em força de superação e conquista. Um filme que mostra como o ritmo e a poesia da periferia conquistaram o Brasil. Uma história real repleta de fantasia. Um musical, emocionante e divertido, feito de drama e tragédias, mas também de humor, surpresas e redenção.

Critica do filme Nosso Sonho: A História de Claudinho e Buchecha

Por: Roberto Carneiro – NOSSO SONHO PARA ADJUDICAR

Na praça da Playboy ou em Niterói, Claudinho e Bochecha são sucesso absoluto desde que começaram lá no final da década de 90. Como fotógrafo de casamento, eu não lembro de nenhum que não tenha tocado ao menos um hit da dupla. E em todos eles, a música que dá também título a este filme é a mais cantada pelos convidados na pista de dança num grande e enérgico coro.

Enquanto eu assistia ao filme, eu também assistia a plateia. É uma mania que eu tenho rs. Adoro assistir a reação das pessoas ao meu redor e sou tomado por uma emoção deliciosa quando percebo como cada obra toca as pessoas de diferentes maneiras, seja na música ou no cinema. Neste caso, esse combo maravilhoso de duas das minhas paixões favoritas.

O filme conta a história da dupla pela perspectiva do Buchecha, então os conflitos e adversidades ficam todos por conta dele, que também é o narrador da história.

Esse é um ponto muito bonito do filme. Focar na perspectiva de um dos personagens para contar sua história real sob seus próprios pontos de vista e vivências. Sem deduzir ou apelar para hipóteses em situações que não são claras ou que não possuem uma resposta certa. Toda essa construção me provocou a compartilhar todo o sentimento de amor fraternal e todo o carinho de Buchecha pelo Claudinho. Que no final me fez perceber que não apenas perdi ali um artista carismático, como também uma faixa.

Outro ponto muito bonito foi o retrato de uma periferia não estereotipada. É importante, claro, estar sempre atento às complexidades de toda a organização social seja nos subúrbios ou na beira mar. Mas também é necessário ressignificar espaços carregados de preconceito e enaltecer todos os talentos nascidos no Salgueiro, na Zona Norte, na Baixada Fluminense (que é o meu caso) ou em qualquer lugar. E eu sempre me sinto muito emocionado ao perceber o tanto de talentos espalhadas pelos cantos do Brasil.

Nosso Sonho: A História de Claudinho e Buchecha, mesmo com seu fim em torno de uma tragédia (e aqui eu não tô falando sobre o apoio do Buchecha ao inelegível rs), é um filme que me fez sentir bem com toda sua simplicidade. Sorrindo em alguns momentos, cantando em outros e me emocionando junto com o restante do público do cinema. E isso é o que mais amo no cinema. Essa experiência coletiva de compartilhamento de sentimentos.

Claudinho diz no filme que quer fazer música para abalar e sacudir a massa. E eu adoro ver que 27 anos depois eles seguem cumprindo esse objetivo agora não apenas pelas pistas de dança mas também com a história deles virando cinema.




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