Critica: O Agente Secreto entrega tensão e sensibilidade

Uma visão equilibrada sobre o novo filme de Kleber Mendonça Filho
O Agente Secreto trabalha o período da ditadura militar com um olhar mais íntimo, priorizando relações humanas e sentimentos ao invés de apostas em violência explícita. A direção de Kleber Mendonça Filho mantém uma tensão constante, apoiada na performance sólida de Wagner Moura, que conduz a narrativa de forma envolvente ao longo das pouco mais de 2h40 de duração.

Fotografia marcante e construção visual
A fotografia é um dos pontos mais impactantes do longa. As texturas, o cuidado com luz e o enquadramento resultam em cenas que prendem a atenção mesmo quando não há diálogos. A força visual sustenta boa parte da experiência e reforça o clima de inquietação que percorre todo o filme.
Narrativa criativa e ritmo consistente
A montagem também merece destaque. Não busca revolucionar a linguagem, mas trabalha com escolhas criativas que mantêm o público atento. Cada nova cena provoca a sensação de querer descobrir o próximo passo da história, mantendo a fluidez do início ao fim.
Identidade autoral e pequenos deslizes no encerramento
Kleber Mendonça Filho imprime sua identidade de forma clara. O estilo do diretor está presente em cada detalhe, desde o olhar sensível até o desfecho que aposta em uma grande cena final. Ainda que o encerramento não alcance a força dramática do restante da trama, o filme segue como uma experiência sólida e envolvente.
O Agente Secreto se destaca pela abordagem sensível, pela estética poderosa e pelo trabalho consistente de elenco e direção. Um drama político que consegue ser intimista sem perder impacto.









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