Crítica | M3GAN 2.0: Uma sequência que esquece o que funcionava

M3GAN 2.0 chega aos cinemas com a difícil missão de continuar uma história que, mesmo não sendo perfeita, tinha personalidade. O primeiro filme misturava terror, humor e crítica social com certo equilíbrio, além de ter viralizado por causa de um estilo próprio. Já a continuação parece não saber bem o que quer ser.

A nova trama troca completamente o clima de suspense e terror por algo que lembra uma mistura de ação, espionagem e comédia. É quase como assistir a uma versão adolescente de Missão: Impossível, mas com uma boneca loira no lugar de Tom Cruise. A mudança de tom pode até agradar quem só quer se divertir sem pensar muito, mas para quem esperava uma continuação à altura, a decepção é difícil de evitar.

O roteiro parece querer transformar M3GAN em uma anti-heroína. A estrutura lembra muito O Exterminador do Futuro 2, onde o vilão do primeiro filme volta como aliado. Só que aqui, a ideia soa forçada. A boneca perde o ar ameaçador que a tornava interessante e vira quase uma paródia de si mesma.

Boa parte das cenas parece feita para funcionar em clipes curtos, como se o filme estivesse mais preocupado em render vídeos para o TikTok do que em contar uma boa história. O ritmo é apressado, os personagens entram e saem sem desenvolvimento e os diálogos têm cara de série adolescente, sem peso ou propósito.

A crítica à inteligência artificial até aparece, mas de forma rasa e artificial. O assunto é atual, mas aqui ele soa datado e mal explorado, quase como uma obrigação de roteiro.

M3GAN 2.0 é uma sequência perdida. Troca o terror por ação genérica, abandona o que deu certo no original e entrega um filme que parece não levar nada a sério. Pode divertir quem só quer ver M3GAN fazendo caras, poses e piadinhas, mas para quem esperava algo mais, é uma oportunidade desperdiçada.




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