Lula critica jornada 6×1 e propõe trabalho mais flexível

Presidente defende nova escala de trabalho e afirma que população deseja mais tempo com a família

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou novamente a jornada de trabalho 6×1 — seis dias trabalhados para um de folga — e defendeu a criação de uma escala mais flexível, durante evento realizado nesta sexta-feira (11), em Linhares, no Espírito Santo.

Renata Fan Nua

Bruna Marquezine Nua

Juliana Paes Nua

Anitta nua

Segundo Lula, é hora de repensar a rotina do trabalhador brasileiro, que, segundo ele, já não aguenta mais acordar cedo e voltar para casa tarde quase todos os dias da semana. “A humanidade não quer mais o 6 por 1. É preciso inventar outra jornada, porque as pessoas querem ficar mais em casa, querem cuidar da família”, afirmou.

Governo quer promover debate sobre novos formatos de trabalho

Lula pediu um esforço conjunto entre trabalhadores, empresários, universidades e entidades internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para buscar alternativas viáveis à jornada atual. Ele sugeriu que o governo estimule pesquisas e propostas que possam garantir mais mobilidade e qualidade de vida para os brasileiros.

O tema voltou à tona durante o lançamento de um programa de transferência de renda para vítimas do rompimento da barragem de Mariana (MG), realizado nesta sexta. Lula já havia tocado no assunto no Dia do Trabalhador, em 1º de maio, ao propor um debate mais aprofundado sobre a escala tradicional.

Debate pressiona Congresso e setor empresarial reage

A pauta contra a jornada 6×1 vem ganhando força desde o final de 2024, com protestos nas ruas e maior mobilização nas redes sociais. Nesta semana, novas manifestações voltaram a exigir o fim da jornada considerada exaustiva.

No Congresso Nacional, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da escala 6×1 segue sem avanços. Embora o governo tenha classificado o tema como prioridade, a medida encontra resistência de entidades como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que argumentam que a mudança geraria aumento nos custos operacionais das empresas.