Critica | M8 – Quando a Morte Socorre a Vida (2020)

Resenha Critica do filme nacional M8 – Quando a Morte Socorre a Vida (2020). Direção de Jeferson De. Sinopse: Maurício começa a estudar na renomada Universidade Federal de Medicina. Em sua primeira aula de anatomia, ele conhece M8, o cadáver que servirá de estudo para ele e os amigos. Durante o semestre, o mistério da identidade do corpo só pode ser desvendado depois que ele enfrentar suas próprias angústias.

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Além de abordar um tema forte e atual, trata isso com maestria. A trilha sonora é ótima e as atuações estão muito boas também, só acho que o filme poderia ser mais longo, mesmo assim é excelente. Da para notar que o filme tenta abordar muitos temas de uma vez e acaba deixando de focar em uma coisa para destacar outra, isso pode ter sido prejudicial ao roteiro mas ainda sim o longa se sustenta como esta.

A trama aborda as situações em que uma pessoa negra passa pelo chamado “racismo estrutural”, com momentos desconfortantes e absurdos tidos como comum por muitos. O mais interessante é como o roteiro mostra a predominância de funcionários negros, e a diferença de tratamento que esses funcionários tem, como se eles tivessem que seguir um protocolo de intimidação social, chega a ser desconfortável.

A religião é muito importante no longa, e apesar de deixar claro o seguimento do protagonista e sua mãe, o filme exemplifica que nem todo negro segue a mesma vertente religiosa, não existe esteriótipos nesse sentido.

Existe um foco na identificação do negro como individuo e que ele precisa se entender e lutar a suas lutas, o protagonista passa toda a narrativa sentindo essa cobrança em fazer algo em beneficio a ele e a quem ele é, como pessoa.

A ultima cena é impactante e imersiva, com muita delicadeza, a direção concede ao espectador a mensagem mais clara e direta do que acontece todo dia no Brasil, a dor de várias mães pelos seus filhos, que justam compartilham do meso sofrimento e história. A mãe do protagonista encara e deixa marcado que tudo que aconteceu é real e ainda acontece.